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Tratamento para o crack em Goiás

clinica de tratamento para o crack em goias
Crack é uma droga ilícita, ou seja, uma substância psicoativa de ação estimulante do sistema nervoso central. O crack é um subproduto da pasta da cocaína, droga extraída por meio de processos químicos, das folhas da coca (Erythroxylum coca), uma planta originária da América do Sul.
O crack surgiu como opção para popularizar a cocaína, pelo seu baixo custo. Para a produção do crack, uma mistura de cocaína em pó (ainda não purificada) dissolvida em água e acrescida de bicarbonato de sódio (ou amônia) é aquecida. O aquecimento separa a parte sólida da liquida. Após a parte sólida secar, é cortada em forma de pedras. Por não passar pelo processo final de refinamento pelo qual passa a cocaína, o crack, possui uma grande quantidade de resíduos das substâncias utilizadas durante todo o processo. Prontas para o consumo, as pedras podem ser fumadas com a utilização de cachimbos, geralmente improvisados. Ao serem acesas, as pedras emitem um som, daí a origem do nome “crack”.
O crack costuma ser vendido já em forma de pedra, mas não é incomum que alguns usuários "cozinhem" sua própria cocaína em pó para sintetizar o crack. O processe de síntese é frequentemente feito com bicarbonato de sódio (bicarbonato de sódio), água e uma colher. Após ser misturado e aquecido, o bicarbonato reage com o cloridrato da cocaína em forma de pó numa reação reversível entre ácido e base, formando ácido carbônico (H2CO3) e cocaína em forma de base livre. O aquecimento acelera a degradação do ácido carbônico em dióxido de carbono (CO2) e água (H2O). A perda de CO2 impede que o produto da reação seja transformado novamente em cloridrato de cocaína. Nesse processo, a cocaína em base livre se separa como uma camada oleosa e passa a flutuar na solução aquosa, ponto em que o óleo é coletado rapidamente, geralmente com o auxílio de um alfinete ou outros objetos pontiagudos e finos. Isso puxa o óleo para cima e permite que o ar realize a secagem do óleo, ponto em que a droga se transforma em extrato sólido, o crack.
Efeitos do Crack
Os efeitos do crack são basicamente os mesmos da cocaína: sensação de poder, excitação, hiperatividade, insônia, intensa euforia e prazer. A falta de apetite comum nos usuários de cocaína é intensificada nos usuários de crack. Um dependente de crack pode perder entre 8 e 10 kg em um único mês.
 
Uso

Para o consumo inalatório da droga, são utilizados cachimbos elaborados pelos próprios usuários, geralmente de alumínio e compartilhados entre o grupo de uso. Também tem sido comum o consumo de cigarros comuns ou de maconha com fragmentos de pedras de crack. A forma injetável de cocaína não teve sucesso e foi quase extinta no Brasil, tendo sido substituída pelo crack, que provoca efeito semelhante e tão potente quanto o da cocaína injetada.
O crack também pode ser injetado por via intravenosa, produzindo com efeitos semelhantes ao da cocaína em pó quando injetava. No entanto, enquanto a cocaína em pó se dissolve em água, o crack só pode ser dissolvido em solução ácida, como o suco de limão (que contém ácido cítrico) ou o vinagre (que contém ácido acético). Esse processo reverte a conversão da cocaína em pó em crack. Agências de saúde pública e redução de danos podem distribuir pacotes de ácido cítrico ou ácido ascórbico
(vitamina C) para esse fim.
Efeitos psicológicos e fisiológicos

Objetos usados por fumantes de crack como cachimbos de vidro e improvisados de latas e garrafas
Os efeitos iniciais do crack são mais rápidos e intensos do que os de outras drogas injetáveis.  A duração dos efeitos do crack é muito curta, em média cinco minutos, enquanto a cocaína, depois de injetada ou usada por via intranasal, provoca efeitos com duração em torno de 20 a 45 minutos. Os efeitos causados pelo crack são:
*Euforia

*Agitação

*Sensação de prazer

*Irritabilidade

*Alterações da percepção e do pensamento

*Taquicardia e tremores

*Perda de apetite

*Extrema autoconfiança

*Insônia

*Estado de alerta

*Aumento de energia/disposição física

Grandes quantidades podem induzir tremores, vertigens, espasmos musculares, paranoia ou, com doses repetidas, uma reação tóxica muito semelhante à da intoxicação por anfetaminas.  O uso regular do crack pode provocar alucinações e causar comportamentos violentos, episódios paranoicos e mesmo impulsos suicidas.
O uso de drogas estimulantes (principalmente anfetaminas e cocaína) pode levar à "parasitose delirante" ou síndrome de Ekbom: a crença equivocada de que se está infestado de parasitas. Essas ilusões também estão associados a febre alta ou abstinência do álcool, muitas vezes, juntamente com alucinações visuais sobre insetos. Pessoas que vivem essas alucinações podem arranhar-se, causando danos cutâneos graves e sangramento.
Grandes quantidades (várias centenas de miligramas ou mais) intensificam o efeito do crack para o usuário, mas também podem levar a um comportamento bizarro, errático e violento. Alguns usuários de crack relataram sentimentos de agitação, irritabilidade e ansiedade. Em casos raros, pode ocorrer morte súbita no primeiro uso do crack ou, de forma inesperada, depois. As mortes relacionadas ao crack são, muitas vezes, resultantes de parada cardíaca ou convulsões seguidas de parada respiratória.
Pode-se desenvolver uma tolerância considerável ao uso do crack. Os viciados procuram atingir o mesmo prazer de sua primeira experiência, e alguns aumentam a frequência das doses para intensificar e prolongar os efeitos eufóricos. Embora a tolerância a altas doses possa ocorrer, os usuários poderão também tornar-se mais sensíveis (sensibilização) aos efeitos anestésicos e convulsivante do crack, sem aumentar a dose tomada. O aumento de sensibilidade pode explicar algumas mortes que ocorrem após doses aparentemente baixas de crack.
O primeiro relato de acidente vascular cerebral induzido por cocaína data de 1977. Com o desenvolvimento e disseminação do crack na década de 1980, houve um aumento significativo no número de relatos de casos descritos como acidentes vasculares cerebrais isquêmicos e hemorrágicos associados ao uso de cocaína, porém não há aumento de fatores de risco de AVC associado ao uso de cocaína. O consumo de crack fumado, usando-se latas de alumínio como cachimbo, tem levado a estudos em busca de evidências do aumento do alumínio sérico em usuários de crack, considerando-se que a ingestão de alumínio está associada a dano neurológico.
Abstinência
A abstinência dura cerca de dez semanas. Nos quatro primeiros dias o paciente se sente cansado e desestimulado, come muito e sofre alterações de humor. Segundo o psiquiatra Valdir Ribeiro Campos, "existe grande tendência de o dependente voltar a usar a droga, caso a abstinência não seja tratada corretamente. Sem a medicação, os sintomas continuam e, comumente, levam a um quadro de depressão, alterações no padrão de sono e desestímulo", que pode levar à anedonia. Mas os sintomas paranóides transitórios são os principais componentes do quadro de abstinência do crack. Esse quadro caracteriza a chamada fissura (do inglês: craving). A fissura é frequentemente referida como uma necessidade imprescindível para o corpo, indispensável à vida e descrita como uma vontade "pior que a fome". A abstinência causa grande sofrimento físico e psíquico; o indivíduo é tomado por grande ansiedade e psicose sobre as maneiras de obter a droga, não consegue ficar parado: "o corpo dói, a mente dói, o coração gela, a boca do estômago trava". O objetivo da procura obcecada por crack não é somente obter prazer, mas também aliviar esse grande mal-estar. Os contornos obsessivos da "fissura" pelo crack tiram do indivíduo a sua capacidade de escolha e o seu discernimento, embora ele seja consciente da sua degradação física e moral. Devido às semelhanças sintomáticas entre a dependência e o transtorno obsessivo-compulsivo, ambos dividem etiologia similar.
Embora as mortes durante o processo de desintoxicação sejam frequentes, não há relação comprovada entre a morte de usuários de crack e a abstinência da droga, diferentemente do que ocorre no caso de dependentes de álcool e de heroína. Segundo os especialistas, essas mortes seriam causadas pela associação da dependência química com inanição ou outras doenças.
Na décima semana, esses sintomas começam a desaparecer, e o organismo começa a se recuperar.

TRATAMENTO PARA O CRACK

Atualmente várias abordagens de tratamento para dependência de cocaína e crack no Brasil vêm sendo discutidas, e há muitas controvérsias sobre qual abordagem teria demonstrado maior efetividade, segundo a literatura científica. Há um consenso de que a dependência de crack exige um tratamento difícil e complexo, por ser uma doença crônica e grave que deverá ser acompanhada por longo tempo. Não existe um único tratamento para eliminar a dependência do crack: o dependente precisa ser atendido nas diversas áreas afetadas, tais como social, familiar, física, mental, questões legais, qualidade de vida e trabalho de estratégias de prevenção de recaída.

Devido aos baixos índices de motivação do dependente e, consequentemente, pouca aderência do paciente ao tratamento, a família e a rede social de apoio exercem um papel de fundamental importância durante o processo de intervenção terapêutica. Contudo, a maioria dos estudos de revisão sobre famílias de dependentes químicos confirma que o universo familiar dessa população é frequentemente disfuncional. Outra dificuldade no tratamento da dependência do crack é a ausência de uma medicação específica que reduza o desejo pelos efeitos da substância. Inúmeros ensaios clínicos já foram realizados com antidepressivos tricíclicos (imipramina), inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS) (fluoxetina, sertralina e paroxetina), anticonvulsivantes e estabilizadores de humor (carbamazepina, gabapentina, lamotrigina, lítio), antipsicóticos e agentes aversivos (dissulfiram).

A submissão voluntária ao tratamento por parte do dependente é difícil, haja vista que a fissura, isto é, a vontade de voltar a usar a droga, é grande demais. Além disso, a maioria das famílias de usuários não tem condições de custear tratamentos em clínicas particulares ou de conseguir vagas em clínicas terapêuticas assistenciais. Além disso, nem sempre as clínicas são idôneas. 
É comum o dependente iniciar, mas abandonar o tratamento. Em uma clínica gratuita. 
A melhor forma de tratamento desses pacientes ainda parece ser objeto de discussão entre especialistas. Muitos psiquiatras e autoridades posicionam-se a favor da internação compulsória em casos graves e emergenciais, cobrando revisão da legislação brasileira, que restringe severamente a internação compulsória de dependentes químicos.
A recuperação é possível, mas depende de muitos fatores, como o apoio familiar, da comunidade, a existência de rede de saúde adequada e, de modo especial, a persistência da pessoa (vontade de mudar). Além disso, quanto antes procurada a ajuda, mais provável o sucesso no tratamento.

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